Sou um nômade. Não que eu expanda meu território a cada dia ou não tenha residência fixa. Na verdade, o que quero dizer é que durante a semana troco de cidades como quem troca de bairro. Normalmente, minha semana começa em Niterói, vai para o Rio de Janeiro, onde trabalho durante os dias, e termina em Petrópolis, onde aproveito para visitar a família e recarregar minha bateria.
Depois que comecei a viver esta rotina, passei a perceber que faltam em Petrópolis algumas coisas que podem não ser tão valiosas do ponto de vista econômico, mas que são importantes para a evolução da cidade e do dia a dia de seus habitantes.
Em Petrópolis, não há shopping centers. Ok, vão falar que há o Hipershopping, no Alto da Serra, e seus similares em Itaipava. Não discuto que eles existam, mas pergunto até que pontos eles são uma opção de lazer para quem mora em Petrópolis.
O Hipershopping agoniza no Alto da Serra. Não sei por que um shopping grande, com estacionamento gratuito, não consegue ter movimento se está conjugado ao maior supermercado da cidade. A antiga Praça Normanda (alimentação) já não é nem lembrança do que já foi no passado. As lojas estão sempre vazias e as pessoas não se sentem atraídas a visitar lá o que encontram em abundância no Centro da cidade. Tendo a crer que falta estratégia administrativa para que o negócio prospere.
Em Itaipava, o Vilarejo clama por clientes. Faz show, faz campeonatos de futebol de botão, põe atrações para as crianças, mas nem assim consegue ter o movimento que já teve antes da inauguração do shopping Estação Itaipava. Lembro com saudade de ir ao Vilarejo no Carnaval para o baile das crianças, que era uma das coisas mais divertidas da cidade. Hoje, nem confete voa por lá. O lugar é bonito, agradável, tem comida boa, mas não tem algo que faça alguém sair do Centro para ir a Itaipava. Resultado: fica a mercê dos turistas de fim de semana.
O Estação Itaipava ainda respira, mas o cinema e a livraria do subsolo (atrativos legais na época da inauguração), já mudaram tanto que hoje são irreconhecíveis. É mais um exemplo de quem tenta se reinventar e acertar no gosto dos clientes. Sua vantagem é que algumas lojas diferenciadas levam movimento ao estabelecimento que conta com localização estratégica no coração do distrito que mais atrai cariocas no fim de semana.
Às vezes, me pergunto se os petropolitanos não gostam de shopping, mas toda vez que trago um familiar ou um amigo para os shoppings do Rio, eles ficam animados e dizem que "Petrópolis podia ter um lugar assim". O que será que acontece na Cidade Imperial? Faltam clientes? Falta incentivo público? Ou falta administração empreendedora?
Torço apenas para que os petropolitanos que nascem hoje tenham na cidade um lugar que dê orgulho de apontar como "o principal shopping da cidade".
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